A empresa IALTURCA, situada na província do Huambo, anunciou recentemente o investimento na transformação industrial de grãos de trigo, milho e feijão, que visa impulsionar a produção local.
De acordo com o promotor industrial, Felisberto Capamba, a iniciativa pretende atender à crescente procura por produtos alimentares na região e promover a valorização dos recursos agropecuários locais.
Felisberto Capamba explicou ainda que a IALTURCA possui uma unidade industrial no Pólo de Desenvolvimento Industrial da Caála, que conta com três linhas de processamento. A primeira transforma grãos de trigo em farinha, a segunda processa milho em farinha, e a terceira utiliza a farinha para a produção de massas alimentares.
A instalação da unidade industrial em Luanda, segundo o responsável, foi uma decisão estratégica, considerando que a empresa já tinha estabelecido outra unidade em Luanda, na Zona Económica Especial, com o objectivo de criar a indústria que fosse abastecida com matérias-primas da produção local.
O promotor agro-industrial destacou também que a instalação da unidade visa valorizar o potencial agrícola existente e actuar como comprador principal dos produtos cultivados. O modelo permite que os agricultores, enquanto fornecedores de matérias-primas, tenham acesso a financiamento, aumentando assim a capacidade produtiva local.
Felisberto mencionou ainda que o FADA (Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário) tem sido essencial para aumentar a produção e integrar a indústria com os agricultores, resultando na formação de 15 cooperativas na fase inicial do projecto.
A área de trabalho abrange 755 hectares, com a previsão de colheita de 2.144 toneladas; até agora, 32% desse total já foi processado e vendido, sendo os reembolsos ao FADA realizados conforme acordado.
No entanto, o produtor identificou vários desafios, como a necessidade de equipamentos para rega e a abertura de valas de irrigação e represas, que poderiam permitir aos agricultores realizar duas colheitas em cada ciclo produtivo. Além disso, apontou a carência de equipamentos agrícolas modernos, uma vez que muitos agricultores ainda utilizam métodos tradicionais, como a enxada e a tração animal, além de alguns motocultivadores.
“Os agricultores ainda têm a sua base de produção, as inchadas, a atracção animal, uma ou outra moto cultivadora”, frisou.
O gestor destacou a importância de as empresas âncoras terem capacidade de se financiar, de modo a criar brigadas mecanizadas capazes de aumentar a eficiência nas produções agrícolas, promovendo assim um desenvolvimento sustentável na região.
