A empresa é controlada pelo magnata Kola Karim, com quem a Mota-Engil mantém uma joint-venture no país desde 2018.
A DBN Energies, sediada em Lagos, actua na área de engenharia, gestão de compras e construção (modelo EPC) e tem como clientes empresas como Total, Shell, Exxon Mobil, Agip e a estatal Nigerian National Petroleum Corporation.
A operação será integrada ao plano de expansão da Mota-Engil no segmento energético africano.
Kola Karim, de 56 anos, lidera o grupo Shoreline, com actuação em sectores como energia, agricultura, telecomunicações e infra-estruturas.
A Shoreline Natural Resources, subsidiária do conglomerado, produz cerca de 40 mil barris de petróleo por dia e detém 49% da Mota-Engil Nigeria Limited.
A Nigéria é hoje um dos mercados estratégicos para a Mota-Engil, ao lado de Angola, México e Portugal.
Em 2024, o país representava 13% da carteira global de encomendas da unidade de engenharia e construção, ficando atrás apenas de Angola e México.
A Nigéria foi responsável por 30% do volume de negócios da unidade africana no último ano.
Segundo o portal Africa Intelligence, a compra da DBN Energies representa mais do que uma simples aquisição, marcando a entrada da construtora portuguesa nos grandes projectos petrolíferos onshore e offshore da África Ocidental.
A empresa também passa a contar com a experiência acumulada de Kola Karim no sector energético.
A Mota-Engil executa actualmente o maior contrato da sua história na Nigéria: uma linha ferroviária de 378 km entre Kano (Nigéria) e Maradi (Níger), no valor de 1,82 mil milhões USD.
A construtora portuguesa também detém concessões dos aeroportos de Abuja e Kano, em parceria com a Corporación América, além de concessões de autoestradas assinadas com a Africa Finance Corporation.
A expansão africana avança em paralelo com movimentos na América Latina. Em Abril, a empresa iniciou a compra dos 50% restantes da construtora brasileira ECB, após vender três concessões rodoviárias no México em 2023.