A empresa britânica Pensana confirmou a aprovação dos termos e do calendário de financiamento para o início das operações na mina de terras raras de Longonjo, localizada a cerca de 70 quilómetros da cidade do Huambo.
O investimento inicial será de 25 milhões USD, disponibilizado pelo Fundo Soberano de Angola (FSDEA), accionista do projecto.
Em comunicado, a Pensana informou que o valor representa a primeira tranche do capital necessário para viabilizar a construção da infra-estrutura principal da mina.
A produção está prevista para começar em 2027, com estimativas de que o empreendimento possa atender a cerca de 2,5% da procura global por terras raras — minerais estratégicos para a produção de ímanes permanentes, utilizados em veículos eléctricos e tecnologias associadas à transição energética.
“O apoio contínuo do FSDEA é essencial para o desenvolvimento do maior e mais rico projecto de terras raras magnéticas não desenvolvido do mundo”, afirmou o presidente da Pensana, Paul Atherley.
Segundo o responsável, a exploração deverá gerar centenas de empregos e impulsionar a actividade de empresas locais, além de contribuir para a arrecadação fiscal do Estado.
A mina, operada pela Ozango Minerais — que reúne como acionistas a Pensana, o FSDEA e participações angolanas minoritárias — está inserida num perímetro de 200 hectares e será servida pela linha férrea do Corredor do Lobito, o que facilita o escoamento do minério.
De acordo com Alcídio José, presidente do Conselho de Administração da Ozango Minerais, a relevância estratégica do projecto está relacionada à concentração da produção global de terras raras em poucos países.
“Mesmo representando 2,5% da procura mundial, trata-se de uma contribuição por se tratar de uma fonte independente”, afirmou.
A previsão é que a produção inicial atinja as 20 mil toneladas anuais de concentrado de terras raras.
Para os promotores do projecto, Angola está prestes a posicionar-se como um novo actor na cadeia de abastecimento global de minerais críticos.