O 62º aniversário do Dia de África foi celebrado nesta quinta-feira (29) na capital australiana, em evento marcado pela presença de cerca de 400 participantes e realizado sob o signo da presidência angolana na União Africana (UA).
A celebração teve como lema “Justiça para os Africanos e Afro-Descendentes, por via de reparações”.
Organizada pelas 16 representações diplomáticas africanas acreditadas junto à Comunidade da Austrália, a cerimónia ocorreu em um hotel de Camberra e reuniu membros do governo australiano, autoridades locais, corpo diplomático, empresários e integrantes das comunidades africanas residentes no país.
Segundo os organizadores, esta foi a maior comemoração do Dia de África já realizada em solo australiano.
Durante o encontro, o embaixador de Angola na Austrália, António Luvualu de Carvalho, destacou a liderança do presidente João Lourenço no contexto africano.
O responsável recordou que, desde 2022, o chefe de Estado angolano foi designado pela União Africana como Campeão para a Paz e Reconciliação em África, papel que tem exercido por meio de uma estratégia tripla voltada à prevenção, gestão e resolução de conflitos no continente.
O diplomata também reforçou a mensagem enviada por Lourenço ao continente africano no último dia 25 de Maio, na qual o presidente defendeu a acção colectiva em prol da concretização da Agenda 2063 da UA.
O plano estratégico contempla sete aspirações que visam ao desenvolvimento sustentável, à unidade continental, ao fortalecimento da democracia, à promoção da paz, à valorização cultural, ao empoderamento das mulheres e dos jovens e à atuação global do continente africano.
Segundo Luvualu de Carvalho, durante o restante do mandato de Angola à frente da presidência da UA — que coincide com o ano de comemoração dos 50 anos da independência do país, celebrada em 11 de Novembro — estão previstas outras iniciativas diplomáticas e académicas em torno da agenda continental.
Entre os temas em pauta, destacam-se “Infra-estruturas e Capital Humano: Principais Factores de Desenvolvimento Integral de África”.
A programação em Camberra incluiu ainda uma exposição cultural com participação dos 16 países africanos com representação diplomática na Austrália: África do Sul, Argélia, Angola, Botswana, Egipto, Etiópia, Gana, Quénia, Líbia, Ilhas Maurícias, Marrocos, Nigéria, Sudão, Uganda, Zâmbia e Zimbabué.
Cada país apresentou amostras de gastronomia, dança, música e artesanato.
Representando Angola, o público teve acesso a pratos tradicionais como o Menha N’dungu e a uma seleção musical de artistas nacionais como Bangão, Yola Semedo, Luandino Carvalho, Kyaku Kyadaff, Matias Damásio e Ricardo Lemvo.