O Governo de Angola anunciou a intenção de privatizar a operadora de telecomunicações Unitel, além de outros activos, como o Banco de Fomento de Angola (BFA) e a filial angolana do Standard Bank Group.
A privatização da Unitel deverá ocorrer nos próximos meses, com o processo incluindo a venda directa de acções e a oferta na bolsa de valores.
O ministro da Coordenação Económica de Angola, José Luís Massano, afirmou em entrevista à Bloomberg durante o Fórum Económico Mundial em Davos, que parte da privatização da Unitel será realizada por meio da bolsa de valores. A venda directa de capital também será uma parte do movimento de saída do Estado da empresa.
Além da Unitel, o Governo angolano planeia vender as participações que possui BFA e na filial do Standard Bank Group em Angola, com o objectivo de reduzir o papel do Estado em sectores e promover a participação do sector privado na economia do País.
O ministro esclareceu que ainda não há um cronograma definido para a privatização de outras grandes empresas estatais, como a petrolífera Sonangol e a diamantífera Endiama. Embora haja a intenção de abrir o capital das empresas no futuro, Massano explicou que ainda são necessários ajustes internos nas administrações das empresas antes de qualquer decisão formal sobre a venda de acções.
Em relação às participações do Estado angolano em empresas portuguesas, como o Banco Comercial Português (BCP) e a Galp, Massano afirmou que o Governo tem a intenção de manter as participações.
Angola possui 19,5% do capital do BCP, por meio da Sonangol, e uma participação indirecta de 37% na Galp através da Amorim Energia. Segundo o ministro, o desempenho dos activos tem sido positivo e o Estado não vê necessidade de se desfazer das participações no momento.
O movimento de privatização de empresas estatais é parte do esforço do Governo para atrair investimentos e modernizar a economia do País, reduzindo a dependência de empresas públicas e ampliando a participação do sector privado no desenvolvimento económico.