Angola e França assinaram recentemente acordos no valor total de 443 milhões USD (430 milhões de euros), durante a visita de Estado do Presidente João Lourenço à França
O valor corresponde a parcerias em sectores como agricultura, ciência, tecnologia, ensino superior e segurança alimentar.
Emmanuel Macron destacou que o investimento inclui projectos como o Corredor do Lobito, a infra-estrutura ferroviária que liga a Zâmbia e a República Democrática do Congo (RDC) ao Oceano Atlântico, atravessando Angola. O homólogo mencionou que uma empresa francesa é responsável pela maior parte do investimento neste projecto.
Macron falou ainda sobre a renovação do acordo geral entre os dois países, que existe desde 1982, e a intensificação das consultas políticas para enfrentar desafios globais e regionais, como o combate à imigração irregular, terrorismo e criminalidade transnacional.
O Presidente francês mencionou o apoio de França a Angola na implementação de programas educativos, como o ensino científico bilíngue e o ensino do francês nas escolas.
Macron expressou satisfação pelo facto de a França ser o maior investidor em Angola e destacou projectos como a compra de um satélite para a observação da Terra, liderado pela empresa Hermes, e a iniciativa do Grupo Suez que fornecerá água a três milhões de angolanos. Também foi mencionada a construção de um hospital oftalmológico e uma maternidade em Luanda.
O Chefe de Estado francês elogiou os esforços de Angola na promoção da paz na África, especialmente na Região dos Grandes Lagos, e reafirmou o apoio da França ao Processo de Luanda e à mediação de Angola nas negociações de paz entre a RDC e os países vizinhos.
Por fim, Macron anunciou o desejo da França de aumentar a representação da África nas instâncias da ONU, especialmente no Conselho de Segurança, e ressaltou que, em 2026, a França poderá assumir a presidência do G7, levando em consideração o papel crescente de Angola, que assumirá a presidência da União Africana em Fevereiro.