Tecnovia executa projecto de construção de estradas e pontes no Zaire

 Tecnovia executa projecto de construção de estradas e pontes no Zaire

O projecto que teve início em 2021, com previsão de conclusão no próximo ano, está avaliado em mais de 30 mil milhões Kz, diz em exclusivo ao Mercado o director Executivo da empresa, Ricardo dos Santos.

A Tecnovia Angola, empresa que opera nas áreas da engenharia e construção está a executar um projecto de reabilitação de cerca de 52 quilómetros da EN120, incluindo duas pontes sobre os rios M’Pozo e Luvo, na província do Zaire.

O projecto que teve início em 2021, com previsão de conclusão no próximo ano, está avaliado em mais de 30 mil milhões Kz, diz em exclusivo ao Mercado o director Executivo da empresa, Ricardo dos Santos.

A operar no País há 30 anos, a empresa para além de um conjunto de projectos em Angola, procura agora estender o seu “raio de acção” para o exterior. Uganda é o país que se segue, pois através de um consórcio “Tecnovia Angola” e “Tecnovia Portugal”, ambos deverão iniciar um projecto de construção de 100 quilómetros de estrada, em regime EPCF (Engineering, Procurement, Construction and Financing).

Assim, para adequar-se cada vez mais aos desafios do mercado, a área industrial da Tecnovia Angola produz praticamente tudo, desde britas, betão e betuminoso. “Temos feito investimentos para aquisição de centrais e equipamentos ao longo dos anos, o que nos permite produzir anualmente cerca de 50 mil toneladas de betuminoso, 80 mil metros cúbicos de betão e um milhão de toneladas de britas”, referiu.

Contudo, segundo o seu responsável, a empresa tem vindo a “trilhar um caminho muito consistente” para se tornar numa das melhores no sector.

“Este é o nosso objectivo, ser reconhecido como empresa de qualidade e credibilidade”, disse Ricardo dos Santos.

A empresa, de acordo com Ricardo dos Santos, tem ainda uma carteira de obras com maior afectação ao sector das obras públicas, encontrando-se contudo completamente capacitada para prestar os seus serviços ao sector privado, nomeadamente aos sectores Mineiro e de Oil & Gás, fruto dos meios de que dispõe a nível de Centros Industriais, um forte corpo técnico e, equipamentos adquiridos com recursos próprios para a execução dos projectos.

“A Tecnovia sendo uma empresa que está sólida no mercado, integrada às preocupações do Executivo, está a crescer significativamente em todos os aspectos em termos de volume de negócios e em termos de dimensão”, sustentou.

Convidado a fazer uma avaliação sobre o sector da construção no País, Ricardo Santos, considerou ser difícil “avaliar o mercado actualmente”, sobretudo pela conjuntura económica que se vive no mundo, mas perspectiva um “futuro elevado” para Angola, “Há muito por fazer no sector em termos de infra-estruturas, portanto, estão criadas todas as condições para que Angola seja no médio e longo prazo considerado um País de futuro”.

Um desafio mundial

Na óptica do nosso entrevistado, a situação cambial é um obstáculo não só para a empresa que dirige, mas sobretudo, um problema global que provoca constrangimentos “visíveis” face aos contractos que não eram indexados.

“Durante muito tempo assistimos à estabilização do câmbio mas nada podíamos fazer porque os contractos estavam em Kwanza e recebíamos em Kwanzas, portanto, temos sempre a necessidade de recorrer a pagamentos no exterior, quer seja para pagamentos de pessoal expatriado, quer seja para importação de equipamentos como peças”, avançou.

Com uma força de trabalho de mais de 1100 trabalhadores, dos quais 100 expatriados, a empresa já executou várias obras, com destaque para o recentemente inaugurado “Nó da UGP” orçado em 55 milhões USD.

Para a construção desta obra, que teve início em Setembro de 2018, foram usadas 3.850 toneladas de aço, 29.500 m³ de betão, 11.500 toneladas de betuminoso, 884 estacas e 45.950 m³ de escavação.

A Tecnovia encontra-se presente em três continentes nomeadamente, Europa (onde nasceu a empresa), América Latina (com presença em dois países) e África.

No País, a empresa está representada em 8 das 18 províncias, tendo a sua sede em Luanda.

Nos últimos cinco anos a empresa participou em diversas outras obras, entre as quais: a ponte sobre o Rio Cambamba “ponte molhada“, a ponte sobre o rio Cuito, o Terminal Marítimo de Passageiros de Cabinda, remodelação de aeroportos e construção de casas sociais em várias províncias.