
Portugal preparado em 56% para a transformação económica
Portugal registou uma classificação de 56,1% num inquérito sobre preparação para a transformação económica elaborado pelo Fórum Económico Mundial (FEM), cujo relatório global sobre competitividade foi hoje divulgado.
De acordo com uma edição especial do Relatório sobre Competitividade Global do Fórum, Portugal obteve uma classificação de 56,1%, correspondente à média dos onze parâmetros analisados.
O melhor desempenho português dá-se no parâmetro referente à melhoria de infraestruturas para acelerar a transição energética e alargar o acesso à electricidade e tecnologias de informação, em que foi obtido o resultado de 87,8%.
A segunda melhor prestação nacional situa-se no aumento de incentivos para direcionar recursos financeiros para investimentos de longo prazo, aumentar a estabilidade e expandir a inclusão, com 67,1%.
Em terceiro lugar ficou o incentivo às empresas para abraçar a diversidade, equidade e inclusão para permitir a criatividade, em que Portugal atingiu os 65,3%.
A pior classificação revela-se nos cuidados com os mais velhos, mais novos e infraestruturas de saúde e inovação para o benefício das pessoas e da economia, onde Portugal registou 31,4%.
Os respondentes ao inquérito em Portugal foram 150 responsáveis de empresas em 2019 e 156 em 2020, com um peso na amostra de 44,5% referente às de 2019 e de 55,5% às de 2020.
No geral, o relatório do Fórum Económico Mundial adianta que “poucas economias estão prontas para a prosperidade a longo prazo através de melhores serviços públicos, investimentos ‘verdes’ [ecológicos] e digitalização”.
De acordo como o FEM, “os países com economias digitais avançadas e competências digitais, redes de segurança social robustas e experiência anterior a lidar com epidemias geriram melhor o impacto da pandemia nas suas economias e nos cidadãos”.
O documento hoje conhecido, que não divulga os ‘rankings’ habituais, indica que as economias mais digitais e com maiores competências nesse campo foram os Países Baixos, a Nova Zelândia, a Suíça, a Estónia e os Estados Unidos.
Já os países destacados pelo FEM com melhores redes de segurança social foram a Dinamarca, a Finlândia, a Noruega, a Áustria, o Luxemburgo e a Suíça, especialmente “no apoio àqueles que não puderam trabalhar”.
“Similarmente, países com sistemas financeiros fortes como a Finlândia, os Estados Unidos, os Emirados Árabes Unidos e Singapura, puderam mais facilmente dar crédito às pequenas e médias empresas para evitar a insolvência” destas, segundo o Fórum Económico Mundial.
O FEM identifica ainda Singapura, Suíça, Luxemburgo, Áustria e Emirados Árabes Unidos como “países que puderam planear e integrar políticas de saúde, orçamentais e sociais” e que foram melhor “sucedidos a mitigar os efeitos da crise”.
O relatório do Fórum indica ainda quatro caminhos principais para a transformação económica: o ambiente favorável, o capital humano, os mercados e a inovação.
Segundo o relatório, é necessário dar prioridade “à melhoria dos serviços públicos, a planear a gestão da dívida pública e expandir a digitalização”, e no longo prazo uma “taxação progressiva, melhorar os serviços e construir infraestrutura mais ‘verde’”.
No capital humano, deve-se fomentar “uma transição gradual de um sistema de licenças para uma combinação de investimentos proactivos e novas oportunidades do mercado de trabalho”, aliado a programas de formação e requalificação.
Na componente dos mercados, estes devem “ser mais inclusivos, e o aumento da concentração e das barreiras para o movimento de bens e pessoas arriscam dificultar a transformação dos mercados”.
Quanto à inovação, o relatório recomenda o aumento do investimento público em Investigação e Desenvolvimento, enquanto “o encoraja no sector privado”.